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Morte de transexual na Turquia é motivo de protesto raro no país

Redação Lado A 23 de Agosto, 2016 00h06m

A Turquia, um país de maioria muçulmana, é conhecida na Europa por ser um dos países mais intolerantes com a comunidade LGBT do continente. Um dos principais centros para refugiados sírios, tem se tornado, também, um pesadelo para gays, lésbicas, transexuais e travestis que querem seus direitos reconhecidos. O assassinato truculento da ativista trans de 22 anos, Hande Kader, que foi encontrada mutilada e carbonizada no último dia 12 de agosto em uma estrada perto de Istambul, gerou um movimento jamais visto no país. 
 
Kader era uma mulher trans profissional do sexo. Ela lutava não somente pela visibilidade da comunidade trans na Turquia, como também pelos direitos das profissionais do sexo no país. Ela ficou conhecida no mundo quando um vídeo seu sendo presa e resistindo pacificamente na Parada da Diversidade de Istambul foi compartilhado pelos jornais. A Parada tem sido reprimida e proibida pelo governo da cidade desde 2015.
 
A última vez que foi vista foi no dia 12, quando Kader entrava no carro de um cliente. No mesmo dia, seu corpo foi encontrado queimado e mutilado na beira de uma estrada de Zekeriyakoy. Além disso, há evidências de que ela havia sido estuprada. O crime revoltou a comunidade LGBT, que criou uma campanha chamada “Deêm Voz a Hande Kader”, cuja #HandeKadereSesVer foi Trend Topics mundial no Twitter.
 
Milhares de pessoas compareceram ontem, 21, em um protesto em Istambul motivado pela aumento no número de assassinatos aos membros da comunidade LGBT. Esse tipo de protesto é proibido na cidade. Sua morte chama atenção para a situação invisível da comunidade gay no país, que por sua vez é considera um dos mais tolerantes do mundo muçulmano.
 
 
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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa


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