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Alguns tipos de namorados que você deve evitar!

Bruno Uerba 22 de Novembro, 2016 18h16m

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Todos esses tópicos abaixo foram baseados em postagens que pipocam na Rede. E é óbvio que eu também estou nesse barco. Hoje as pessoas andam tão melindradas que preciso sempre me justificar quando vou escrever sobre qualquer assunto. Do contrário, sou alvo de uma tribo de “corajosos virtuais” que surgem com pedras de faz-de-conta, com palavras de baixo calão e julgamentos que me deixam noooites sem pregar os olhos. Sigo me mantendo no estado planta.
 
O dramático: emocionalmente desiquilibrado, tudo tem uma reação exagerada, os acontecimentos normais viram capítulo de fim de novela. Um copo quebrado no chão tem o mesmo peso da morte da mãe, por exemplo. Esse tipo de gente sente ódio mortal, posta textões, coleciona episódios pavorosos de barraco e gritaria, é inconstante, tem autoestima abaixo de zero e lhe fará gastar uma energia mental absurda só para poder brigar e ganhar a batalha no final. Uma hora ele vai dizer que o sexo está ficando borocoxô e vai colocar esse desinteresse na sua conta (‘Você não me ama mais’), depois vai insinuar chamar um terceiro, e então vai te crucificar por aceitar fazer sexo a 3, tão logo vai querer a monogamia e o amor eterno de volta, depois vai dizer que você anda muito previsível: isso tudo no intervalo do Fantástico. Já fiquei sem paciência só de escrever.
 
O interesseiro deslumbrado da Zona Sul: Todo mundo já conheceu um. Vem de todos os lugares, pode ser do subúrbio, ou de qualquer Cep do Oiapoque ao Chuí e, na bagagem, traz o sonho dourado de tornar-se no Garotão bem-criado da Zona Sul… nunca consegue. Sempre se dá mal, pois só se aproxima dos pretendentes com segundas intenções. Está sempre arquitetando a possibilidade de dar um golpe, tirar proveito das circunstâncias, mas, porém, todavia, no entanto, bate com a cara na porta, porque os garotos da Zona Sul também não estão tão bem financeiramente quanto aparentam estar: um jogo de ilusões que chega a ser constrangedor. Então, o que resta é aquele mal-estar e uma sensação deprimente de perda de tempo, de ambos os lados. O interesseiro chega a níveis catastróficos de cara de pau que se conseguir sair com alguém só para filar a colocação na balada, já está valendo.
 
Nerd vegano: esse é aquele indivíduo com diplominha chique, blusa xadrez, barba mal feita e cabelo de quem acabou de acordar; o cult cheio de boas ideias para dizimar a pobreza no mundo, que odeia o capitalismo, mas quando tem oportunidade não arreda os pés de Nova York, das comprinhas de Miami, dos cafés pitorescos de Paris (Montmartre, mais especificamente). É um pseudo-intelectual chato pra dedéu, não come carne por causa disso, não ingere industrializados por causa daquilo… vive como se o restante do mundo fosse habitado por idiotas. Odeia os saradinhos, os rapazes que trocam um livro por uma tarde de crossfit, mas na hora do cinco contra um, adivinha que tipo de filme ele assiste? Valendo um sanduíche de beringela vegano para quem acertar.
 
Sex Symbol do Instagram: alguém consegue imaginar se amanhã, do nada, o tio Zuckerberg (dono do Facebook e vários apps) resolvesse tirar o Instagram do ar? Muita gente ia pular da pedra da Gávea, isso não tem nem o que se discutir. O anonimato é o maior terror da galera do “meu corpo, minhas regras”. Esse tipinho que corre atrás de likes e seguidores de forma compulsiva te colocará sempre em segundo plano e você só terá alguma importância se contribuir, de alguma forma, para que esse sistema superficial continue funcionando. No final das contas, você será apenas mais uma vítima do maníaco da moda. Popularidade não deixa ninguém mais bonito, aumenta apenas o ego. Educação e inteligência ganham de músculos e fotos retocadas sim, mas quem tem que fazer essa escolha é você! Que fique claro, estou falando dos excessos.
 
Puritano: esse é aquele “rapaz santinho” que nega fazer qualquer coisa que seja considerada por ele imoral, mas só apontar o outro não é o suficiente, ele faz questão de bater nessa tecla o tempo todo.  A pessoa tem um discurso pronto, mas não o vivencia. Fica como um papagaio louco repetindo que é para casar, que nunca fez nada, que nunca traiu, que acha tudo um absurdo tremendo. Essa obsessão nada mais é que um tesão reprimido. E o que acontece?  Quando ele explode, geralmente pelo excesso do álcool – já que drogas é coisa do diabo – é como uma bomba atômica, coloca até Bruna Surfistinha no chinelo. O rastro que fica é sexo sem proteção (Confie em Deus, mas use camisinha); desaparecimento que, em alguns casos, pode levar até dias; e uma ressaca de princípios que nem o povo da psicologia dá conta. Como consequência disso tudo traz para casa choros compulsivos, pedidos de perdão eterno e promessas de arrependimentos que vão respingar nos exames de laboratório. 
 
É cada tipo que a gente se esbarra que é melhor evitar…
Evitar?
 
Quanta bobagem! Estamos cada vez mais estúpidos com as nossas decisões. Se o coração vibrar na mesma sintonia, porque não dar uma chance? Ninguém coloca “foco e determinação” em foto com o namorado, projeto verão 2000 e blau vai sempre para o corpo, nunca para a vida a dois. Somos apenas mais um rosto na multidão e, ainda assim, pensamos ser o suprassumo que se acha digno de evitar alguém por um defeito que a pessoa venha a ter. Os relacionamentos de hoje vão de mal a pior, ficamos naquele joguinho de indiferença onde vence o que se mostrar menos interessado.
 
Não importa se a pessoa é puritana, se ela gosta de dinheiro, o que ela deixa de comer, se faz questão de ter mais um like para acalmar a autoestima, se ela dá um show por qualquer motivo… O que conta é a vontade de estarmos juntos. Tudo é energia, amor envolve sacrifício. Devemos ser honestos conosco, ter a certeza de que estamos fazendo o nosso melhor, e se tivermos que evitar algo, que seja a nossa arrogância em optar por uma vida morna e sem cor. Quando salvamos um amor, salvamos a humanidade.
 
Bruno de Abreu Rangel
brunorangelbrazil@hotmail.com
Blog: http://wwwbarbrazil.blogspot.com/
 
Bruno Uerba

SOBRE O AUTOR

Bruno Uerba

Bruno de Abreu Rangel é um celebrado escritor carioca e tem três livros publicados. Atualmente ele reside nos EUA e é colunista da Lado A desde 2014.

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